Poliedros convexos: Teorema de Euler
Professor
Keiji Nakamura
A
Palestra de hoje, Os Poliedros convexos: Teorema de Euler foi inspirada pela prova ENC-2003, mais conhecida como Provão do MEC e também pelo artigo do professor Zoroastro
Azambuja Filho, as coisas que ensinamos, as demonstrações do Teorema de Euler
para Poliedros convexos, RPM 3.
Tudo
começou aqui.
ENC – 2003 denominado Provão do MEC.
Questão 9. Em um livro texto para
segunda série do ensino médio encontra-se, sem qualquer justificativa, a
afirmação abaixo:
Propriedades dos Poliedros
Convexos.
Num Poliedro convexo, a soma dos
ângulos de todas as faces é dada por
S=(v – 2).180º, onde v e o número de vértices. Em seguida há um exemplo
de aplicação dessa fórmula e são propostos exercícios. Entre estes, há um
classificado como de fixação que tem o seguinte enunciado:
“Qual é a soma dos ângulos de um
poliedro convexo que tem 12 faces e 15 arestas? A resposta dada no final do
livro é 1080º.”
a)
Demonstre que, em um Poliedro Convexo com V
vértices, a soma dos ângulos internos de todas as faces e, de fato, dada por
S=(v-2).360º.
b)
De acordo com o Teorema de Euler, se existisse um poliedro Convexo com 12 faces e
15 arestas, quantos vértices teria?
c)
Prove que o Poliedro descrito no item anterior
não pode existir.
Padrão de Resposta Esperado
a)
Seja F o número de faces e A o número de arestas
do poliedro em questão. A soma dos ângulos internos de cada face é igual a (n-2).180º,
onde n é o número de lados dessa face. A soma S de todos os ângulos internos de todas as faces do poliedro será:
S= mas porque cada aresta do
poliedro é lado de 2 de suas faces. A fórmula acima gora segue da aplicação da
Fórmula de Euler.
V+F=A+2, ou;
A-F=V-2.
b)
V=A+2-F=15+2-12=5.
c)
Ainda que fosse possível que cada par destes 5
vértices fosse ligado por uma aresta, o número máximo de arestas seria
Continuei
buscando e revivendo a demonstração do
Professor Zoroastro da RPM 3.
Em 1983, o Professor Zoroastro demonstrava com elegância, precisão dos
argumentos do Teorema: V – A + F =2. O
Teorema de Euler foi descoberto em 1758. Desde então, diversas demonstrações
apareceram na literatura e algumas continham falhas que foram descobertas muito
anos mais tarde.
A palestra começou
com uma discussão pela definição de Poliedros que necessitamos de acrescentar algumas restrições para dar
maior grau de confiabilidade: “um poliedro é convexo se qualquer reta (não
paralela a nenhuma de suas faces) o cortar em,
no máximo, dois pontos.”
Fizemos um roteiro
para aplicação da situação de aprendizagem, isto é, uma
descrição de um poliedro através de uma contagem: Fn= número de faces com n lados e Vn = número
de vértices com n arestas. A contagem de arestas, causou algum desconforto, quando o poliedro está desmontado resulta em contagem se duplica.
A primeira atividade
1 experimental foi como Euler descobriu que se considerarmos um poliedro
convexo, o número de vértice (V), o de arestas (A) e o número de faces (F)
satisfazem a relação: V-A+F=2.
Poliedro
|
Nome
|
Nº de Vértices
|
Nº de Arestas
|
Nº de Faces
|
V – A + F
|
|
Tetraedro
|
4
|
6
|
4
|
2
|
|
Hexaedro
|
8
|
12
|
6
|
2
|
|
Octaedro
|
6
|
12
|
8
|
2
|
|
Prisma triangular
|
6
|
9
|
5
|
2
|
|
Prisma hexagonal
|
12
|
18
|
8
|
2
|
A segunda atividade 2
experimental quando Euler considerou
(P ) pontos em um plano e linha (arcos ou
segmentos) desse plano com extremos nesses pontos e que não se interceptam.
Seja (L) o número de linhas e (R ) o número de regiões em que o plano fica
dividido. Observamos que satisfazem
também a relação: P – L + R = 2.
Regiões em que o plano fica dividido.
|
Nº de pontos: P
|
Nº de linhas: L
|
Nº de regiões: R
|
P – L + R
|
|
2
|
1
|
1
|
2
|
|
2
|
2
|
2
|
2
|
|
4
|
6
|
4
|
2
|
|
8
|
10
|
4
|
2
|
Aqui que entra
as sugestões do professor Zoroastro,
escolhendo a reta r que não seja paralela a nenhuma das faces do poliedro.
Tomemos também um plano H, que não intercepta o Poliedro e que seja
perpendicular a r. O plano H divide o
espaço em dois semi-espaços, um dos quais contém o poliedro P. Para melhor
ilustrar a idéia do Zoro, imaginemos o
sol brilhando a pino sobre o semi-espaço superior de modo que seus raios sejam
retas verticais. Destacaremos a região
iluminada e a região sombria cuja intersecção do contorno máximo, isto equivale
a reunião da atividade 1 e 2.
Teorema de Euler. Em todo poliedro convexo com A arestas, V vértices e F faces, vale a relação
V-A+F=2.
Iniciemos a
demonstração com ajuda de todos os participantes, calculando a soma dos
ângulos internos de todas as faces de um
poliedro convexo P. As faces foram enumeradas de 1 a F. Lembrando que a soma
dos ângulos internos de um polígono
convexo de gênero n é igual a
180º.
(n-2)=, ou
S=
Claro que no primeiro parêntese, a soma dos números de lados de todas as
faces do polígono é igual ao dobro do número de arestas e no segundo, a soma
das F parcelas é igual a 2F. Portanto,
S=
Agora chamamos de parte 1 a região iluminada e a parte 2 a região sombria.
O contorno do Poliedro tem o contorno do polígono convexo K.
A parte 1. A sombra das faces iluminadas é um polígono convexo com Vo
vértices em seu contorno e V1 pontos interiores, sombra dos vértices iluminados
do poliedro P.
a soma dos ângulos internos do contorno mais a soma de todos os
ângulos da figura interior=
Racionando análogo, obteremos para a soma de todos os ângulos da sombra
das faces sombrias:
Somando as duas, temos como resultado:
S=
S=
Comparando (1) e (2) e dividindo por , resulta que:
A – F= V -2, ou V-A + F= 2
V – A + F = 2
Obs. A Fórmula de Euler: V – A + F
= 2, este dois parece que veio da soma dos ângulos internos de um polígono
convexo e também do número de regiões, uma dentro e outra fora do sólido para
consolidar e, somente se o poliedro convexo.
A Fórmula V - A + F= 2, talvez, vieram de dois resultados surpreeendentes, soma dos ângulos internos de um polígono convexo e de regiões como dentro e fora do sólido estudado, isto justifica o seu valor constante 2 na fórmula.
ResponderExcluirKeiji Nakamura
A palestra foi encaminhada para os alunos das faculdades integradas do Vale do Ribeira, Unisepe/região de Registro, no dia 24 de novembro de 2011, às 19 h e 30 min até 22 horas.
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